Transversalidade da tecnologia de ponta no contexto do ordenamento do território da amazônia legal
Autora: Rosana Lia Ravache
RESUMO
Este artigo pretende abordar a transversalidade da tecnologia de ponta no contexto do ordenamento do território da Amazônia Legal, enfocando o norte de Mato Grosso, e as incursões paralelas (e históricas) do coronelismo nas políticas públicas aplicadas à região, cujos “arranjos” têm posto em cheque as propostas de vários projetos, nos últimos 20 anos, incluindo as estratégias aprovadas pelo Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável para a Área de Influência da BR-163 (2005). Como pressuposição teórica foi utilizado um assente entre direito, geografia, políticas públicas e economia de mercado, uma vez que independente da falta de políticas públicas para sistematizar a capacitação de mão de obra destinada à indústria de transformação que vem sendo implantada pelo agro-negócio, existe carência de normatização para o convívio das comunidades locais, além dos retardamentos sistemáticos da aprovação do Zoneamento Socioeconômico Ecológico, em curso há vinte anos, cuja proposta poderia restabelecer a relação de espaço amorfa, partilhada por índios, pequenos agricultores e grandes empreendedores da região.
INTRODUÇÃO1
A participação do Estado de Mato Grosso no ordenamento do território2 da Amazônia Legal implica, intrinsecamente, na análise da influência provocada pela transversalidade da tecnologia de ponta implantada pelo agro-negócio a partir da década de 1970, no coronelismo mato-grossense, principal vetor das políticas públicas desde 1748, quando foi constituída a Capitania de Mato Grosso. Tangenciando este tipo de análise, lê-se em (COSTA, 2005) que “O tema do ordenamento territorial inspira uma reflexão sobre a relevância, os limites e a eficácia das Políticas Públicas formuladas e operadas a partir de estratégias e objetivos especificamente nacionais.” Este trabalho, portanto, analisa a relevância, os limites e a