Transtornos ansiosos
1 PRECONCEITO LINGUÍSTICO : PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
O preconceito linguístico nada mais é do que um julgamento que menospreza as variedades linguísticas. Infelizmente o que vemos é esse preconceito ser mantido cada vez mais através dos programas de televisão, rádio, materiais didáticos e gramáticas normativas, que tentam propor o que é certo ou errado na nossa língua.
Combater esse preconceito no nosso dia a dia é de suma importância, pois devemos entender que, independentemente do sujeito ter domínio ou não da língua padrão, seu poder comunicativo ainda existe e precisa somente de adequações. Ele é sim um falante competente de sua língua materna e precisa ser direcionado às habilidades dos contextos e situações de uso da mesma. Marcos Bagno (1999, p.166-167) afirma que é preciso “conscientizar-se de que todo falante nativo de uma língua é um usuário competente dessa língua, por isso, ele sabe essa língua”.
Portanto, o conhecimento do falante sobre sua língua é inerente a sua própria vivência em sociedade. O erro, conceito muito utilizado para chamar atenção sobre os desvios do uso da norma padrão, é mais uma forma de punir ou excluir o falante que não segue o padrão linguístico preestabelecido pela classe dominante. Bagno (1999, p.149) coloca que “[...] qualquer criança entre os 4 e 5 anos de idade já domina plenamente a gramática de sua língua”. Assim, compreendemos que mesmo as pessoas que ainda não tiveram acesso à gramática normativa têm um conhecimento inato da língua. Sobre esse fato, Mário Perini
(1999, p.13) mostra-nos que:
Qualquer falante de português possui um conhecimento implícito altamente elaborado da