1. INTRODUÇÃO Os sistemas fluviais se comportam de maneira exclusiva e marcante na relação entre o fluxo e transporte de sedimentos, portanto, segundo o autor Restrepo (2005), é correto afirmar que os rios apresentam variabilidade temporal e espacial no transporte de sedimentos em suspensão, e dependendo do sistema, essa variabilidade pode ser maior ou menor. O sistema se torna mais eficiente no que se refere ao transporte de sedimentos e carga dissolvida à medida que aumenta a vazão. A magnitude da vazão e, por conseguinte, a capacidade de transporte, podem ser modificadas por fatores de diferentes intervenções, como por exemplo: 1) variação climática sazonal, 2) variação no suprimento de sedimento, 3) mudanças morfológicas nas seções dos rios, 4) variação nos processos que controlam a capacidade de erodir e transportar (Morehead et al. 2003). As variações na concentração de sedimento são analisadas sob diferentes escalas temporais: horárias, diárias, sendo, entretanto, mais frequente a utilização da descarga anual quando a intenção é avaliar alterações no regime das descargas de água e sedimento, bem como dos fluxos que alteram a geomorfologia dos canais fluviais. Por outro lado pode-se afirmar que, embora cada bacia hidrográfica tenha sua especificidade no processo de coleta e descarga de sedimentos, a variação de carga sedimentar está estreitamente relacionada com as diferenças do regime climático e a geomorfologia da bacia (Parker 1976, Morehead et al. 2003). A variação temporal no transporte de sedimento nos canais fluviais é estudada com diversos objetivos, mas com o intuito comum de gerenciar o sistema de coleta, transporte e deposição do sedimento. Este tipo de estudo permite avaliar a interferência das atividades humanas, através da variação na quantidade de sedimento que o canal aporta associada às mudanças do uso do solo, como também, dá uma ideia de como diferentes estruturas de engenharia (balsas, pontes, desvios de