transporte de lipideos
Os lipídeos, por serem parcialmente insolúveis em meio aquoso, são transportados no organismo sob a forma de partículas denominadas lipoproteínas. As lipoproteínas são estruturas esféricas, de elevado peso molecular, com núcleo apolar ou hidrofóbico composto por proporções variáveis de triglicérides e ésteres de colesterol. Envolvendo o núcleo, existe uma camada externa polar ou hidrofílica composta por fosfolípides, colesterol livre e apolipoproteínas (EISENBERG, LEVY, 1975).
As lipoproteínas variam quanto à origem, tamanho, densidade no meio aquoso (plasma) e conteúdo de lipídeos e apolipoproteínas. São classificadas de acordo com a sua densidade de flutuação em meio salino: Quilomícrons (Qm), lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL), lipoproteína de densidade intermediaria (IDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de alta densidade (HDL). (CHAPMAN et al., 1981; LEE, ALAUPOVIC, 1970).
Transporte Exógeno de Lipídeos
Após o processo de digestão, os lipídeos da dieta são absorvidos no intestino delgado, passando para o interior das células intestinais. Nessas células, os lipídeos obtidos da dieta associam-se a proteínas específicas (apolipoproteínas), formando os quilomícrons. Os quilomícrons são constituídos por 80 a 95% de triglicérides, 2 a 4% de ésteres de colesterol, 3 a 6% de fosfolípides, 1 a 3% de colesterol livre e 1 a 2% de proteínas (REDGRAVE, 1983). Após a secreção nos capilares linfáticos intestinais, os quilomícrons atingem a corrente sanguínea e lá interagem com outras lipoproteínas, principalmente a lipoproteína de alta densidade (HDL). Os quilomícrons transferem para a HDL, triglicérides, e a HDL transfere para os quilomícrons colesterol éster. Além disso, essas lipoproteínas também trocam apolipoproteínas (o Qm recebe Apo C e Apo E e doa Apo A para HDL).
O processo de catabolismo dos quilomícrons se inicia com uma enzima sintetizada nas células endoteliais, a lipase