TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS
INTRODUÇÃO
O transplante de órgãos e tecidos tem trazido em termos, condições melhores de sobrevida aos pacientes. No início, os transplantados tinham uma sobrevida muito curta, devido às condições do organismo; ainda não havia estudos aprofundados à respeito de mecanismos de rejeição, o que ocasionou, por exemplo, a morte do Dr. Euriclydes de Jesus Zerbini, em 1968, que faleceu vinte e sete dias após receber um transplante cardíaco no Hospital das Clínicas em São Paulo.
Tornou-se então necessário criar processos mais rígidos de seleção de pacientes e doadores, intensificar os cuidados pós-operatórios e desenvolver drogas imunossupressoras.
Com a introdução do medicamento Ciclosporina, no final da década de 1970, que reduz a capacidade imunológica do organismo para que este não rejeite e expulse o órgão recebido, recomeçaram os transplantes, principalmente de rins, coração, fígado, pâncreas e pulmão; e de tecidos como córnea, medula óssea e ossos. Porém, a doação de intervivos tem gerado polêmica, pois suscita a ideia de comercialização de órgãos, embora a condição de compatibilidade restrinja os doadores, é uma situação preocupante, que merece cuidado e atenção.
Importante também ressaltar, o aspecto cultural de doadores e receptores, por exemplo, os Testemunhas de Jeová, que não podem receber doação de órgãos ou de sangue, por fundamentos religiosos; e a questão do transplante ser realizado com órgãos de doadores mortos ou vivos, sendo neste último caso, limitados a órgãos duplos ou parte do corpo sem ameaça de dano à saúde do doador.
No caso de doação de intervivos, são imprescindíveis a autonomia e motivação do doador, lembrando que este é um ato irreversível. E ainda quanto à autonomia, é necessário rever alguns conceitos já pré-estabelecidos, com relação, por exemplo, da utilização de órgãos de recém-natos portadores de malformações incompatíveis com a sobrevida, que é o caso dos anencefálicos, ou até de crianças para