transparencia do mal na contemporaneidade
A orgia, segundo o autor seria uma fuga de nós mesmos, de uma realidade insatisfatória para uma vida surreal gerada pelos efeitos da modernidade. Onde nessa realidade da orgia nos afastaríamos das ideias e da essência e geraríamos a liberação em todos os domínios.
Nossa sociedade tradicional é calcada no ideal de progresso, onde o espaço da experiência é diferente do horizonte de expectativa. Isso nos leva a analisar uma sociedade que sempre procura melhorar através de mudanças sejam elas boas, ou não.
Baudrillard afirma que as coisas não desaparecem por morte ou fim. A proliferação, saturação, exaustão e epidemia das mesmas podem realmente levá-las a um fim dispersivo. O acúmulo excessivo da propaganda é alienante, o tudo acaba se tornando o nada. Perdendo o sentido e a força quando se chega à contaminação exagerada.
É fato que estamos enfrentando momentos difíceis e confusos, mas anular a essência da sociedade? Isso é exagerado.
Um fanático religioso diria que a genética é um pecado mortal, uma afronta a Deus. Clonagens e próteses surgem na tentativa de driblar os valores naturais. Não se tem um processo de confusão e contágio, são tentativas de formar personalidades próprias e extrapolar seus desejos mais íntimos. Isso é algo novo e vai contra os valores sociais e morais da nossa sociedade.
São os valores que dão margens a essas discussões e as tradições que nossa sociedade guarda, de fundo moral e ético, acabam criando paradoxos com a evolução do saber que acompanha o crescimento da humanidade. Há uma dificuldade muito grande em quebrar tabus para acolher novos conhecimentos.
E é por conta dessa contaminação de todos os domínios que podemos falar “tudo é sexo”, “tudo é politica”,“ tudo é dinheiro”. Essa radicalização é bem contestada quando Baudrillard fala que “cada categoria é levada ao seu mais alto grau de generalização, e por isso, perde toda sua especificidade e se desfaz em todas as outras”.
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