Transmissão de más notícias
CUIDADOS PALIATIVOS
Transmissão de más notícias
FÁTIMA LEAL*
RESUMO: A transmissão de más notícias é encarada com alguma dificuldade por parte da maioria dos profissionais de saúde pela complexidade dos aspectos emotivos que lhe estão associados. Por outro lado, a preparação nesta área também é deficitária, o que acentua muitos dos receios dos médicos. É importante conhecer alguns aspectos de um possível protocolo para transmitir más notícias e, uma vez entendido, é de toda a conveniência avançar para o treino das perícias de comunicação inerentes. Estas competências fazem parte integrante das aptidões de qualquer clínico. Este artigo aborda de forma breve a problemática da transmissão de más notícias aos doentes oncológicos, mas os aspectos focados aplicam-se a uma imensidade de situações do âmbito da prática do médico de família. Palavras-Chave: Comunicação; Cuidados Paliativos.
IEDITORIAIS NTRODUÇÃO
D
*Assistente de Clínica Geral Centro de Saúde da Venda Nova
ar más notícias aos doentes pode gerar grande stress nos médicos, que muitas vezes tentam evitar esta tarefa usando técnicas de distanciamento. As causas desta «ansiedade» advêm de algumas crenças e/ou convenções sociais, inerentes quer ao médico quer ao paciente – principalmente quando estas más notícias se reportam a doenças neoplásicas – e também a uma formação pré- e pós- graduada deficitária neste domínio. Contudo, dar uma má notícia, requere perícia (conhecimentos e aptidões específicas) e tacto, e ambas podem ser aprendidas e praticadas ao longo da vida. Os benefícios serão claros, quer para os doentes e seus familiares , quer para os profissionais de saúde. É quase sempre ao médico que cabe esta tarefa, porque é ele que primeiro sabe o diagnóstico, é ele que está profissionalmente capacitado para estabele-
cer uma evolução clínica e é dele que o doente espera receber a notícia. Vários estudos confirmam que frequentemente se causa maior dano não dando as informações do