TRANSIÇÃO
Em linhas gerais, o mundo experimenta a transição de um regime de alta fertilidade associada à mortalidade elevada, para um modelo de baixa fertilidade com diminuição da mortalidade.
Como a queda de mortalidade sempre precede a de fertilidade, nessa fase ocorre crescimento populacional. O mecanismo é fácil de entender: o desenvolvimento econômico leva ao declínio da mortalidade, graças a avanços na área médica (especialmente vacinas e antibióticos), saneamento básico, acesso a água de boa qualidade e controle de vetores. Com mais recursos financeiros, melhora o nível educacional das mulheres. Mulheres que estudam mais têm menos filhos.
Com menos filhos, há mais saúde materna e aumento da probabilidade de sobrevivência dos descendentes, fatores que reduzem a mortalidade geral completando o ciclo virtuoso.
Além do crescimento populacional, a transição demográfica é acompanhada de redistribuição das faixas etárias. No início, a queda da mortalidade beneficia principalmente as crianças, dando origem ao fenômeno conhecido como “baby boom”, que persiste até que a fertilidade futura comece a cair.
Durante a história de nossa espécie, a expectativa de vida ao nascer se manteve ao redor de 30 anos. A partir dos anos 1950, no entanto, houve aumento de pelo menos duas décadas na maioria dos países.
Entre os países desenvolvidos, as variações de expectativa são discretas: 83 anos no Japão, 82 na Suíça, 79 nos Estados Unidos. Nos países em desenvolvimento, as diferenças são mais acentuadas: 48 anos em Serra Leone, 79 na Costa Rica, 73 no Egito, 53 na África do Sul.
No período de 1950 a 2010, para cada 100 mil nascimentos no mundo, o número médio de crianças que vão a óbito antes de completar um ano (mortalidade infantil) caiu de 139 para 43.
Nos países ricos, essa queda foi de 68 para seis; nos demais, foi de 156 para 47. Nestes, a