Transição do Feudalismo
O Feudalismo foi o sistema político-social predominante na Europa durante a Idade Média, entre os séculos V e XV. O feudalismo possuía, como principais características, a servidão como forma de trabalho, a descentralização do poder e a economia natural1 baseada na agricultura.
Perry Anderson descreve o trabalho servil como “uma relação político legal de coação”, ou seja, uma imposição. Os camponeses efetuavam trabalhos nas terras do senhor feudal em troca de proteção e de terras para a prática da agricultura de subsistência.
A servidão diferencia-se da escravidão, pois os servos não eram considerados mercadorias, já que não podiam ser vendidos ou trocados e possuíam certa liberdade em relação aos escravos, desde que não tivessem dividas para com o senhor feudal.
O servo também tinha certas obrigações. São elas a talha, a corveia e as banalidades.
Na talha, o servo deveria passar, para o senhor feudal, metade de tudo que produzia nas terras que ocupava no feudo. Por exemplo, se colhesse 20 quilos de batata, 10 quilos deveriam ser separados para o pagamento da talha.
Corveia definia a prestação de serviços nas terras ou instalações do senhor feudal. De 3 a 4 dias por semana, o servo era obrigado a cumprir diversos trabalhos como, por exemplo, fazer a manutenção do castelo, construir um muro, limpar o fosso do castelo, limpar o moinho, etc. Podia também realizar trabalhos de plantio e colheita no manso senhorial (parte das terras do feudo de uso exclusivo do senhor feudal).
As banalidades correspondiam ao pagamento pela utilização das instalações do castelo. Se o servo precisasse usar o moinho ou o forno, deveria pagar uma taxa em mercadoria para o senhor feudal.
O poder era descentralizado, pois, apesar de haver a figura do monarca, este não exercia influência política alguma. Feudos eram doados entre nobres,