Transição caminhada e corrida
DE REVISÃO
Transição caminhada-corrida: considerações fisiológicas e perspectivas para estudos futuros
Walace David Monteiro1,2 e Claudio Gil Soares de Araújo1,3
RESUMO
Freqüentemente, os profissionais que atuam na atividade física deparam-se com um dos seguintes questionamentos: Qual a melhor atividade, caminhar ou correr? Quando devo parar de caminhar e começar a correr? Seria interessante alternar as duas formas de atividade? Se, por um lado, as perguntas podem ser facilmente respondidas para um indivíduo saudável e bem condicionado, para os demais permanecem dúvidas que devem ser esclarecidas. Enquanto andar e correr são mais eficientes em velocidades, respectivamente, abaixo de 6km.h-1 e acima de 8km.h-1, permanece indefinida qual a melhor forma de locomoção na faixa intermediária de velocidade, ou seja, na intensidade de esforço em que ocorre a transição entre a caminhada e a corrida. É nesse ponto que recaem dúvidas sobre os mecanismos fisiológicos que regulam a seleção da locomoção.
Além disso, também permanecem sem explicações convincentes quais as implicações que os diferentes modos de locomoção podem exercer sobre as variáveis que caracterizam a intensidade de esforço. Dessa forma, este artigo objetiva revisar os estudos que abordam os mecanismos envolvidos na transição caminhada-corrida, apontando lacunas que possam ser objeto de pesquisas acerca dos mecanismos e implicações das respostas fisiológicas obtidas nessa faixa de esforço. O texto foi organizado com os seguintes tópicos: estudo da locomoção humana através de
modelos matemáticos; protocolos utilizados nos estudos de transição caminhada-corrida; aspectos metabólicos do trabalho em esteira e no solo; características antropométricas e transição caminhada-corrida; demanda energética e transição caminhada-corrida; estabilidade locomotora e transição caminhada-corrida. Em todos, realizou-se um comentário de seus pontos positivos, controvérsias e limitações. Por