Transformações no processo educacional

O filme Terra em Transe, de Glauber Rocha, articula questões ligadas à teoria da história do Brasil, estética, política e ética. O filme é uma paródia dos acontecimentos que marcaram o contexto histórico e os dilemas políticos do Brasil dos anos 60. A conquista do poder por uma esquerda que só conseguiu se eleger através de acordos políticos. A estrutura narrativa do filme é reflexiva e crítica, porque ele é construído como se fosse um flashbac onde o personagem principal vai revendo e ressignificando os acontecimentos e suas visões sobre os mesmos e que essa é uma prática necessária para qualquer atitude política, além disso, o filme consegue abordar ao mesmo tempo questões pontuais como o golpe de estado de 1964 e da natureza humana do poder, das limitações das ações políticas e institucionais.
O período entre 1964 a 1985 foi um dos mais significativos e transformadores da história educacional do Brasil. Uma época marcada pela intervenção militar, pela burocratização do ensino público, por teorias e métodos pedagógicos que buscavam restringir a autonomia dos educadores, reprimindo à força, qualquer movimento que se caracterizasse barreira para o pleno desenvolvimento dos ideais do regime político vigente, conduzindo o sistema de instrução brasileiro a uma submissão até o momento inigualável. Os militares não trouxeram qualquer benefício à educação brasileira: “...somente uma visão bastante condescente com os ditadores poderia encontra indícios de algum saldo positivo na herança deixada pela ditadura militar”. (GHIRALDELLI, 2003, P.121). Nos anos da década de 1980, vivenciou-se no Brasil movimentos que repercutiram em mudanças consideráveis no cenário político do país, como a realização de eleições para governadores, senadores e vereadores, a campanha pelas “Diretas já”, as greves em várias categorias profissionais.
Nesse período, diversos partidos políticos foram extintos e a democracia e a cidadania foram restringidas. A censura, a anulação do direito