transferencia
Em que o conceito de “transferência” para a teoria psicanalítica, auxilia/instrumentaliza o psicólogo em um processo de psicodiagnóstico clínico?
O processo de transferência na clínica pode ser designado dentro da Teoria Psicanalítica como um fenômeno clínico, inconsciente, o qual auxilia o indivíduo a busca pela sua cura (FREUD, 1996). No setting terapêutico o paciente traz suas fantasias ao analista por meio de seu inconsciente, seu objeto de uso são conteúdos do passado, libidinais, atos afetivos, os quais persistem e vem à tona frente ao analista. Sendo assim, no tratamento analítico o paciente através de sua libido e do rastreamento desta, faz com que esses elementos sejam acessíveis a consciência, trazendo-os de forma útil para sua realidade (FREUD, 1996). Deste modo, o papel da transferência no psicodiagnóstico clínico é fazer com que o analista diante de sua experiência, habilidade e inconsciente, tanto seu quanto do paciente, se vinculem entre si, tomando um o inconsciente do outro, ocasionando em um único fenômeno inconsciente, isto é, o fenômeno da relação analítica (NASIO, 1995). A transferência ainda no tratamento utiliza-se de uma arma, a resistência, como forma de conservar o estado das coisas, algo que continua reprimido no psiquismo do individuo (FREUD, 1996). Segundo Freud (1996), existe dois tipos de transferência, a positiva e a negativa. A primeira se subdivide em duas, a transferência positiva de sentimentos afetuosos e transferência de prolongamento de sentimentos afetuosos. A de ordem negativa engloba sentimentos hostis e agressivos. Ambas se dirigem para a figura do profissional com mecanismo de atualização de fantasias de objetos na relação que ali se estabelece. O manejo da transferência no psicodiagnóstico (embasado em psicanálise) exige do profissional conhecimento profundo da vida inconsciente e experiência, pois a transferência não é mera repetição de relações passadas, mas a fantasia se