tranferencia
(...) A transferência é necessariamente ocasionada durante o tratamento psicanalítico, e como vem ela a desempenhar neste seu conhecido papel. Deve-se compreender que cada indivíduo, através da ação combinada de sua disposição inata e das influencias sofridas durante os primeiros anos, conseguiu um método especifico próprio de conduzir-se na vida erótica — isto é, nas precondições para enamorar-se que estabelece, nos instintos que satisfaz e nos objetivos que determina a si mesmo no decurso daquela.(...)
(...) Se a necessidade que alguém tem de amar não é inteiramente satisfeita pela realidade, ele está fadado a aproximar-se de cada nova pessoa que encontra com ideias libidinais antecipadas; e é bastante provável que ambas as partes de sua libido, tanto a parte que é capaz de se tornar consciente quanto a inconsciente, tenham sua cota na formação dessa atitude.(...) (...) As peculiaridades da transferência para o método, graças às quais ela excede, em quantidade e natureza, tudo que se possa justificar em fundamentos sensatos ou racionais, tornam-se inteligíveis se tivermos em mente que essa transferência foi precisamente estabelecida não apenas pelas ideias antecipadas conscientes, mas também por aquelas que foram retidas ou que são inconscientes.(...) Dois pontos que são de interesse específico para os psicanalistas.(...) A transferência é tão mais intensa nos indivíduos neuróticos em analise que em outras pessoas desse tipo que não estão sendo analisadas.(...) A transferência surge como a resistência mais poderosa ao tratamento, enquanto que, fora dela, deve ser encarada como veículo de cura e condição de sucesso.(...) (112)
(...)A primeira vista, parece ser uma imensa desvantagem, para a psicanálise como método, que aquilo que alhures constitui o fator mais forte no sentido do sucesso nela se transforme no mais poderoso meio de resistência.(...) Não é fato que a transferência surja com maior intensidade e ausência de coibição