Trandisciplinariedade
RESUMO: O propósito do presente artigo é tentar precisar melhor os termos transdisciplinaridade e multirreferencialidade, buscando identificar possibilidades e limites de cada um para a fundamentação de processos de transformação dos currículos escolares. O artigo inicia com um breve delineamento de problemas na organização desses currículos, gerados pela excessiva fragmentação e compartimentalização do ensino. Examina, em seguida, as abordagens transdisciplinar e multirrefencial, ressaltando as principais diferenças entre elas. Conclui com a discussão de algumas demandas sociais colocadas para o currículo e como cada uma das abordagens estudadas pode contribuir para o encaminhamento de tais demandas. PALAVRAS-CHAVE: Transdisciplinaridade; multirreferencialidade; complexidade; currículo.
Norma Carapiá Fagundes
Professora Assistente Escola de Enfermagem/ UFBA. Doutoranda em Educação UFBA
Teresinha Fróes Burnham
Doutora em Filosofia University Southampton/Inglaterra. Professora Adjunta FACED/ UFBA
Entre os problemas relacionados ao ensino, sobretudo o universitário, um dos mais discutidos tem sido a excessiva fragmentação e compartimentalização do conhecimento nas organizações curriculares das instituições de ensino superior. Tomando-se como exemplo os currículos de graduação, observa-se que as disciplinas são tratadas de modo reificado, como conteúdos estanques, com pouca ou nenhuma interconexão, tanto entre si, quanto em relação ao mundo concreto e à experiência vivida; quando muito, aborda as práticas de trabalho de forma mecânica, vazia de reflexão. Isto não só dificulta ao aluno uma compreensão mais abrangente do saber historicamente produzido pela humanidade, como também contribui para reforçar a visão quase que puramente tecnicista e instrumental que tem caracterizado o ensino superior. Ao não levar em consideração as necessidades, os pontos de vista, as leituras do real que convivem nos