Trampos
Os personagens da obra são psicologicamente superficiais, ou seja, há a primazia de tipos sociais. Os principais são:
JOÃO ROMÃO – taverneiro português, dono da pedreira e do cortiço. Representa o capitalista explorador.
BERTOLEZA – quitandeira, escrava cafuza que mora com João Romão, para quem ela trabalha como uma máquina.
MIRANDA – comerciante português. Principal opositor de João Romão. Mora num sobrado aburguesado, ao lado do cortiço.
JERÔNIMO – português “cavouqueiro”, trabalhador da pedreira de João Romão, representa a disciplina do trabalho.
RITA BAIANA – mulata sensual e provocante que promove os pagodes no cortiço. Representa a mulher brasileira.
PIEDADE – portuguesa que é casada com Jerônimo. Representa a mulher européia.
CAPOEIRA FIRMO – mulato e companheiro que se envolve com Rita Baiana.
ARRAIA-MIÚDA – representada por lavadeiras, caixeiros, trabalhadores da pedreira e pelo policial Alexandre.
NARRADOR
A obra é narrada em terceira pessoa, com narrador onisciente (que tem conhecimento de tudo), como propunha o movimento naturalista. O narrador tem poder total na estrutura do romance: entra no pensamento dos personagens, faz julgamentos e tenta comprovar, como se fosse um cientista, as influências do meio, da raça e do momento histórico.
O foco da narração, a princípio, mantém uma aparência de imparcialidade, como se o narrador se apartasse, à semelhança de um deus, do mundo por ele criado. No entanto, isso é ilusório, porque o procedimento de representar a realidade de forma objetiva já configura uma posição ideologicamente tendenciosa.
enredo
O livro narra inicialmente a saga de João Romão rumo ao enriquecimento. Para acumular capital, ele explora os empregados e se utiliza até do furto para conseguir atingir seus objetivos. João Romão é o dono do cortiço, da taverna e da pedreira. Sua amante, Bertoleza, o ajuda de domingo a domingo, trabalhando sem descanso.
Em oposição a João