trajetória das políticas de Bem-estar no Brasil
No Brasil, como no mundo, as políticas de bem-estar social estão correlacionadas ao desenvolvimento da economia, particularmente à evolução histórica do capitalismo.
Com o advento da sociedade industrial, a partir da revolução tecnológica ocorrida na Inglaterra no século XVIII, teve início, por um lado, um processo acelerado de acumulação capitalista e de geração de riquezas, dominado pela classe empresarial (a burguesia), e, por outro, a formação de um vasto exército de proletários, instaurando-se desde esses primórdios o conflito entre os interesses do capital e os do trabalho, mediado pelo Estado.
Durante o século XIX, com o despertar da consciência política e social do operariado europeu, este passou a organizar-se em sindicatos, cooperativas e outras agremiações, dando origem a uma série de lutas e movimentos populares que levaram o Estado a atender a algumas das reivindicações proletárias, o que, por sua vez, resultou na implementação das primeiras ações de política social.
No período compreendido entre meados do século XIX até o início dos anos 30 predominou o liberalismo, caracterizado pelo incentivo ao livre mercado, pela caracterização do trabalho como mercadoria e pela valorização da busca, por cada indivíduo, do seu próprio interesse econômico (o que, segundo a concepção vigente, proporcionaria o bem-estar coletivo). Em razão da prevalência dessa corrente de pensamento, o papel social do Estado foi significativamente limitado, tendo sido promovidas, ao longo desse período, melhorias tímidas para a classe trabalhadora, sendo a atuação estatal muito mais voltada para funções judiciais, legislativas e policiais.
O Brasil, na época, era um país agrícola e de população predominantemente rural (segundo o Censo de 1920, 70% da população brasileira vivia no campo e apenas 30% nas cidades). A supremacia estava reservada a uma burguesia agrária, e a economia era voltada para a produção de