Tragédia Euclidiana

O grande escritor Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu no Rio de
Janeiro aos 20 dias do mês de janeiro de 1866. Era também professor, sociólogo, jornalista e engenheiro. Foi membro da Academia Brasileira de Letras e do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro. Euclides da Cunha é imortalizado como escritor, principalmente, porque produziu uma obra-prima, “Os Sertões”, livro publicado em
1902 e que é considerado o mais fiel relato da Guerra de Canudos. Como se sabe, em
1897, atuando como repórter do jornal "O Estado de São Paulo”, Euclides foi enviado para a Bahia com a finalidade de fazer a cobertura dos embates contra os seguidores de
Antônio Conselheiro. Daqueles confins baianos enviou uma série de reportagens, as quais, futuramente, deram origem ao seu mais famoso livro.
Valendo-me de registros do dr. Thales de Almeida Magalhães (diretor do
Museu ‘Salles Cunha’, da ABO-RJ) e de Dirlene Diório (do Museu Histórico do
Exército/Forte de Copacabana-RJ), publicados no Informativo AORJ (n.15, ano 9, 2º semestre de 2005), aventurar-me-ei a dizer alguma coisa a respeito de uma tragédia passional que à sua época abalou este país, e, principalmente, relatar um de seus desdobramentos acontecido em São João del-Rei. Thales Magalhães é também o autor de “À margem da História - Euclides da Cunha” (Bol. Serv. IASERJ - v. 4, nº. 9, p. 22-
5, jan/dez, 1982).
Euclides casou-se com Ana Emília Ribeiro, em agosto de 1890 (Ana era filha do major Sólon Ribeiro, aquele que em 15/11/1889, com o golpe de estado da
Proclamação da República, entregou ao Imperador Pedro II a intimação para que ele deixasse o Brasil). As constantes ausências do marido Euclides, em função de sua vida de jornalista e das rotineiras incursões pelo interior do país, deixavam Ana Ribeiro na mais completa solidão. Assim, com o tempo, ela acabou por encontrar nos braços do jovem Dilermando Cândido de Assis um refúgio para aplacar as carências das quais