Trafico de armas drogas e violencia
Introdução:
Os estudos acerca da violência no Brasil, mais especificamente a violência urbana, conduzem à reflexão sobre algumas contradições que avultaram no país nos últimos anos, exatamente a partir do instante em que o Brasil se estruturava como um estado democrático de direito, deixando para trás os anos obscuros da ditadura militar. Tais contradições se desvelam em torno de alguns fatos incontestáveis: as crescentes taxas de criminalidade, principalmente de homicídios entre jovens, a partir dos primeiros passos para a redemocratização, dados por volta de 1980; uma nação que se edificou estribada na cordialidade e na conciliação e que se descobre carente de cidadania; um tecido social mergulhado em incontroláveis compulsões agressivas precisamente no momento em que se estabeleceu a paz e o perdão dos anos de regime militar, malgrado esta pacificação não haja sido publicamente discutida.
As taxas médias de homicídios entre homens jovens de 15 a 29 anos aumentaram em todo o país nas décadas de 1980 e 1990. Ao se atingir o ano 2000, 93% dos casos eram de homens jovens mortos[1].Para se compreender tal fenômeno pretende-se aqui realizar uma análise interativa, isto é, vislumbrar os fatos a partir do contexto internacional bem como da dinâmica interna do país, adequando-se os dois olhares. Liminarmente abordando-se sobre a relevância das explicações macrossociais acerca da criminalidade violenta, como a miséria e a consequente exclusão social, quando observadas nas suas interações com os aparatos transnacionais do crime organizado, no que tange ao tráfico de drogas e de armas de fogo e que expôs à sua perversa influência a juventude tornada vulnerável por estas condições em muitos países.
Por outro lado, é relevante que se focalize a inércia institucional conducente às contínuas violações dos direitos civis, assim como a ineficácia do aparelho judiciário, cujas raízes históricas são profundas e articulam-se