Tradução como ferramenta e ensino
Este trabalho tem o objetivo de mostrar a eficácia da tradução como uma ferramenta pedagógica. Pois, esta tem sido uma atividade por demais controvertida na pedagogia de língua estrangeira (LE). Até pouco tempo, professores e alunos de LE eram orientados a não recorrer ao uso da tradução, pois essa atividade era vista como um grande empecilho na aprendizagem de línguas, fazendo assim com que a maioria dos professores e alunos seja de um modo geral, contra o seu uso em sala de aula. Entretanto, ao mesmo tempo em que esta pratica é ignorada, o professor é submetido a situações bastante complicadas (criar cenas, fazer desenhos, gesticular, etc.) nas quais ele necessita ensinar o significado de uma palavra ou frase para o aluno sem recorrer ao uso da tradução, ou seja, uma ferramenta de ensino rápida, de fácil compreensão e que tem muito a contribuir com o ensino/aprendizado de LE é, na maioria das vezes, trocada por uma que requer bastante tempo e cuja eficiência é frequentemente falha. O principal argumento contra o seu uso em sala de aula é: aprendizes de língua estrangeira não necessitam aprender tradução, mas as quatro habilidades (ouvir, falar, ler e escrever). Neste caso, a tradução não está sendo vista como um meio de ensino, mas como um fim. Ela deve ser vista como uma ferramenta que proporcione aos estudantes de LE uma maneira eficiente de desenvolver as quatro habilidades, até porque, de certo modo, a tradução é uma prática inevitável na aquisição de outra língua, pois a busca de uma relação entre um termo estrangeiro desconhecido e um equivalente na língua materna é espontânea e natural. Devido a essa espontaneidade e naturalidade da tradução, não é a sua proibição, em sala de aula, que impedirá os aprendizes de recorrerem a essa atividade sempre que necessário e, principalmente nos estágios iniciais de aprendizagem. Entretanto, deve-se salientar que a tradução não é um mero processo de