Tradiçao e os caminhos de santiago

Reflexão critica sobre tradição:

“Os caminhos de Santiago”

No início do semestre foi-nos proposto que fizéssemos um trabalho onde apresentássemos uma reflexão sobre algo que se tem revelado ser tradição na cultura europeia. Para isso a professora sugeriu que este trabalho focasse algo com que estejamos familiarizados, sem no entanto lhe dar o seu devido valor. Num sentido mais comum entende-se tradição como “uma transmissão de lendas, de narrativas, de crenças ou de valores espirituais seguidos conservadoramente e com respeito através de gerações”, porém, neste trabalho vou-me fundamentar num conceito de tradição mais amplo – “tudo o que uma geração herda das suas precedentes e lega às seguintes”. Entre os 12 Apóstolos, o Apóstolo Santiago foi aquele que andou a pregar a fé Cristã pela província romana de Hispânia, essencialmente na região da Galiza, local onde consta ter sido sepultado. Foi um eremita que no ano de 814 D.C., seguindo uma revelação que tivera durante um sonho, encontrou um túmulo contendo pertences deste apóstolo, concluindo que seria o túmulo de Santiago. Em virtude destas deslocações para pregar a fé Cristã, Santiago tornou-se o santo patrono, primeiro da Galiza e depois de toda a Espanha, sendo heregido um santuário em sua honra em Santiago de Compostela. Tornando-se este num dos mais famosos locais de peregrinação de todo o mundo cristão.
Goethe, uma das principais figuras do Romantismo europeu do séc. XVIII e inícios do séc. XIX, afirmou que “A Europa faz-se peregrinando a Compostela”. De facto, “Todos os caminhos conduzem a Santiago” era uma frase que se ouvia com frequência na Idade Média, sobretudo pela diversidade de itinerários que conduziam ao túmulo do apóstolo. Até aos dias de hoje, os caminhos de Santiago já foram percorridos por diversas personagens históricas como o Papa Calixto II - o grande impulsionador destes caminhos -, a Rainha Santa Isabel, o Imperador Carlos Magno, São Francisco de Assis, Luis XVII de