Traditio apostólica de hipólito de roma

A “Traditio Apostólica” de Hipólito de Roma é considerada um dos melhores documentos sobre a liturgia, que tem sua datação entre os séculos II e III. Hipólito, que não se sabe exatamente se foi somente presbítero ou se chegou a ser bispo, demonstra um grande zelo pela ortodoxia da fé. Já se demonstra isso pelo próprio tema de sua obra: “Tradição Apostólica”, que indica de maneira especial alguns aspectos morais, porém, tendo como foco principal as celebrações de caráter sacramental, destacando os Sacramentos de Iniciação Cristã. Esta obra contribui hoje na compreensão e no conhecimento das intenções, exigências e dimensões do cristianismo, podemos então a partir dela de maneira mais profunda entender o que faz parte da autêntica tradição e a distinguir o essencial. A “Traditio Apostólica” está dividida em três partes: A primeira parte é a composição da comunidade no aspecto da hierarquia. Esta parte irá tratar da eleição dos bispos, sagrações e a ordenação de pessoas que desempenham uma função dentro da comunidade cristã: presbítero, diáconos, exorcistas, leitores, etc. O rito de sagração de um bispo vinha logo após a eleição do candidato. A cerimônia era realizada publicamente. Exatamente por isso ela acontecia na assembleia dominical, onde todos os cristãos estavam reunidos. A fórmula da oração consagratória acentua a função de serviço que aquele que foi eleito assume na comunidade e frisa a sua sucessão apostólica. No exercício de seu ministério de reger o povo, o bispo deve transmitir e exercer a misericórdia de Deus, sobretudo que seja modelo do rebanho por seu modo de viver. Segue abaixo um pequeno trecho da oração de Sagração de Bispo: “Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, que habitas as alturas e baixas o olhar para o que é humilde, Tu, que conheces todas as coisas antes de nascerem, Tu, que destes as leis da tua Igreja pela palavra da tua graça, elegendo desde o princípio a raça dos