Trabalhos
Considerando que retextualização é o “conjunto de operações realizadas da passagem do texto falado para o escrito” (MARSCUSHI, 2001, p.47), é necessário, antes de desenvolvermos o assunto, definir as semelhanças e diferenças entre fala, escrita e linguagem virtual. A priori cabe falar a respeito da língua em si: a língua é um meio de comunicação utilizado pelo homem, baseado em signos lingüísticos. Esses signos lingüísticos são arbitrários, ou seja, não possuem correspondência direta e fixa entre o significante e o significado. O ser humano, apoiado em uma convenção lingüística que define de forma social o significante que se refere a um significado, se comunica com outro ser humano por meio da fala e da escrita, bem como o faz por meio da linguagem não-verbal, porém, dispondo de uma imensa gama de recursos como intensidade, ritmo, estruturas sintáticas diversas etc. A língua, como todos os tipos de linguagens, é adquirida por meio da observação e da repetição, e desenvolvida de acordo com o contato que o homem tem com outros seres sociais. Podemos dizer, portanto, que independe do “ensino direto” o aprendizado da língua e a formação de uma gramática interna, que nos dá condições de entender e sermos entendidos no processo de comunicação. É por isso que Terra (1997, p.80) diz que “o processo de aquisição da linguagem se faz independentemente de escolarização”. Partindo disso podemos citar também o fato de as crianças adquirirem a língua com a qual têm contato durante sua infância, havendo, inclusive, casos de crianças que desde muito novas têm contato com mais de uma língua no ambiente familiar e acabam aprendendo simultaneamente duas ou mais línguas.
Não há como deixar de considerar a língua como um bem público, já que ela é de uso comum dos que dela se utilizam para atos de comunicação. A língua é exterior aos indivíduos e, por isso, não podem criá-la ou