Trabalhos
Entendido na forma em que falei antes o consumismo faz parte da estrutura elementar do capitalismo. O capitalismo hoje já não é aquele capitalismo de produção estudado por Weber e outros autores próximos a ele, é um capitalismo de consumo. Quer dizer, quando Weber fez o seu estudo clássico sobre a ética protestante ele tinha em seu horizonte um grupo de pessoas que tinham interesse em produzir e acumular sem consumir o fruto do seu trabalho, ou seja, eram ascetas em certo sentido, mas o eram por causa de suas motivações religiosas. Foi este um grande impulso para o capitalismo incipiente e vinculou este diretamente a uma forma de ver. Mas esta forma de ver se esvaneceu passadas as gerações que herdaram as riquezas dos antepassados e não a força religiosa motivadora para produzir e reter. Esta nova geração embalada pelos sucessivos desenvolvimentos tecnológicos e por uma decepção com a ciência moderna passou a encontrar em outras formas de vida a legitimação das suas tomadas de decisão, o consumismo será um dos valores que passarão a vigorar nesse bravo mundo novo. Objetivamente, não é possível o capitalismo sem o consumismo.
Podemos admitir que no capitalismo existe uma inversão nas relações sociais, onde o indivíduo torna-se um objeto, um meio para se chegar ao fim. Os indivíduos não detentores dos meios de produção são as maiores vítimas, eles têm que vender a mão de obra para sobreviverem e nesse processo se coisificam tornando-se meros objetos à venda em um grande mercado.
Capitalismo no século XVIII, XIX e início do século XX era definido como um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção, no lucro, nas decisões quanto ao investimento de capital feitas pela iniciativa privada, e com a produção, distribuição e preços dos bens, serviços e exploração da mão-de-obra afetados pelas forças da oferta e da procura.
Atualmente o Capitalismo é definido como um sistema econômico baseado na