Trabalhos
Conforme vimos nas aulas anteriores, para os autores do nosso livro texto, Nonaka e Takeuchi, o conhecimento nasce no indivíduo e, por meio de interações com outros indivíduos, com a organização e com o ambiente, o conhecimento é disseminado. Assim, por meio da espiral do conhecimento, o conhecimento novo é aproveitado por toda a organização, podendo ultrapassa-la.
Essa forma de criar conhecimento não combina com a concepção mais comum de uma empresa: a de que ela seria uma máquina de processamento de informações, isto é, processaria informações do ambiente externo para solucionar problemas e se adaptaria ao ambiente com base em uma meta que necessitaria atingir.
Na visão dos autores, a empresa criadora de conhecimento não é aquela que simplesmente resolve problemas, mas “desenvolve e aplica o conhecimento através da ação de solucionar problemas”. A organização e os indivíduos crescem com esse processo. A organização é uma entidade que cria conhecimento através da ação e da interação entre indivíduos e o ambiente. Essa é a noção de empresa como entidade sintetizadora, criadora de conhecimentos novos.
A Tabela 1 apresenta uma comparação entre as concepções de uma empresa.
Tabela 1: Comparação entre concepções de uma empresa.
Conceito de ba: espaço de interação e criação do conhecimento
O conceito de ba exerce um papel fundamental na maneira japonesa de criação de conhecimento. Aos poucos esse conceito começa a fazer parte dos jargões utilizados na literatura especializada de Gestão do Conhecimento. Esse conceito carrega forte marca da cultura japonesa e pode ser de difícil compreensão para nós ocidentais. Ba é o contexto em que as interações ocorrem com vista a criar conhecimento, pode ser físico, virtual, mental ou uma combinação de todos esses.
Qualifica-se como um “good ba” as situações relacionais que energizam as pessoas tornando-as criativas, dentro de uma interação positiva e dinâmica.