Trabalhos
Em seguida Sérgio Buarque fala que existem dois tipos de homens: um com olhar mais amplo, o aventureiro, e outro com olhar mais restrito, o trabalhador. No entanto, esses dois homens se confundem dentro de si mesmo.
O gosto pela aventura foi o que possibilitou a colonização no Novo Mundo. O português foi o povo que melhor se adaptou na América.
A economia escravista colonial foi a forma pela qual a Europa conseguiu suprir o que faltava em sua economia. O indígena não conseguiu se “adaptar” à escravidão, tornando o escravo africano imprescindível para o sistema colonial. O português vinha para a colônia buscar riqueza sem muito trabalho, além disso, eles preferiam a vida aventureira ao trabalho agrícola. Nesse contexto, a mão-de-obra escrava apareceu como elemento fundamental em nossa economia.
Como o fator "terra" era abundante na colônia, não havia preocupação em cuidar do solo, o que acarretou em sua deterioração. Os portugueses se aproveitaram de muitas técnicas indígenas de produção, com isso os índios acabaram ganhando certa proteção que os distanciou um pouco da escravidão.
Para Sérgio Buarque, os portugueses já eram mestiços antes dos Descobrimentos. Além disso, já conheciam a escravidão africana no seu país. O autor faz parecer que o preconceito com os negros era bem maior do que com os índios no Brasil colonial. O Brasil não conheceu outro tipo de trabalho que não fosse o escravo. O trabalho mecânico era desprezado, pois só se fazia o que valia a pena, o que era lucrativo. Os brasileiros não eram solidários entre si. A moral da senzala era a preguiça. A violência que ela continha era negadora de virtudes sociais.
O autor critica os colonos holandeses que não procuraram se fixar no Brasil. Além disso, tais colonos trouxeram para o Brasil um aspecto que não se adequou aqui, a formação do seu caráter