Trabalhos
Carlos Drummond de Andrade
Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de astigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
- Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.
ANDRADE, Carlos Drummond de. A cor de cada um. Rio de Janeiro, Ed. Record, 1998.
Questão 1 Valor da questão: 1,0
Podemos dizer que, de acordo com o texto, Paulo era:
a) um grande mentiroso que precisava ser castigado pela mãe.
b) uma pessoa doente que precisava de cuidados médicos.
c) um garoto que fingia sempre e não tinha medo de castigos.
d) um menino que imaginava e inventava a partir do que via.
e) um caso sem solução, pois já se habituara a enganar a mãe.
Questão 2 Valor da questão: 1,0
No texto encontramos dois pontos de vista ou duas formas diferentes de ver Paulo, a visão da mãe e a do médico. Apresente-as. | | | |
Questão 3 Valor da questão: 1,0
Na sua opinião, qual seria o objetivo comunicativo principal do texto? | | |
Questão 4 Valor da questão: 1,0
Com base na leitura do texto, defina poesia? | | | |
Questão 5 Valor da questão: 1,0
Considere a definição abaixo:
Personificação ou prosopopéia - figura de estilo que consiste em atribuir a objetos inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres humanos.