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XVIII, ou até mesmo aos termos básicos da existência humana durante os primeiros anos do século XIX, vamos perceber que o nível de vida médio de um europeu, dos habitantes dos países islâmicos, tanto os da África do Norte quanto os do Oriente Próximo, da Índia ou até da China, eram aproximadamente os mesmos ou, em todo o caso, muito mais próximos do que as enormes diferenças que em pouco tempo surgiriam. A razão é que estaríamos às vésperas da Revolução
Industrial, isto é, da maior modificação de toda a história humana, que conduziria o Ocidente europeu a exercer um domínio sem precedentes sobre o mundo.4
Neste capítulo, vamos nos esforçar para salientar esse ponto, a partir de tudo o que nos ensinam as pesquisas históricas referentes às origens do capitalismo. Essa tarefa preliminar é efetivamente indispensável se pretendemos
3. David Landes (1975). (N.A.)
4. A mesma observação foi feita por Carlo Cipolla (1976) e por
Fernand Braudel (1979, vol. 3, p. 671). Conforme também Paul
Bairoch (1993). (N.A.)
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compreender a natureza desse sistema e identificar as suas perspectivas. Para atingir esse objetivo, vamos desenvolver em termos precisos a cronologia e as linhas principais da evolução do capitalismo. A partir de que momento histórico encontramos um modo de organização econômica e social que se possa legitimamente considerar como capitalista? Ao longo do caminho,