Trabalhos
Joel Bakan
Tradução: Camila Werner
Sumário
Introdução 1
Capítulo 1 – A ascensão da corporação ao domínio
Capítulo 2 – Negócios como sempre 33
Capítulo 3 – A máquina externalizadora 71
Capítulo 4 – Democracia Ltda. 102
Capítulo 5 – Corporações ilimitadas 133
Capítulo 6 – Acerto de contas 168
Notas 205
Bibliografia 253
Agradecimentos 270
5
Introdução
Quando as tevês exibiram insistentemente imagens de executivos humilhados e algemados, analistas, políticos e líderes empresariais foram rápidos em afirmar que indivíduos gananciosos e corruptos, e não o sistema como um todo, eram os culpados pela desgraça em Wall Street. “Estamos falando apenas de algumas maçãs podres ou há algo de errado com o sistema?”,
Sam Donaldson perguntou ao ex-presidente da bolsa de valores de Nova York, Richard Grasso, no programa T his Week do canal norte-americano ABC. “Bem, Sam”, Grasso explicou, “tivemos algumas falências de grande porte e temos que extirpar as pessoas ruins, as práticas erradas; isso sem dúvida, seja um, sejam quinze, e isso em comparação com mais de dez mil empresas de capital aberto — mas uma, Sam, apenas uma WorldCom ou uma Enron já é demais”. Apesar dessas afirmações, hoje os cidadãos — e também muitos líderes empresariais — estão preocupados com o fato de que os defeitos do sistema corporativo podem ser muito mais profundos do que alguns tremores em Wall Street possam indicar. Essas preocupações são o foco deste livro.
A premissa principal é de que a corporação é uma instituição — uma estrutura única e um conjunto de ordens que
direcionam as ações das pessoas dentro dela. Ela também é uma instituição legal, cuja existência e capacidade de funcionar dependem da lei. O objetivo legalmente definido de uma corporação é a defesa, impiedosa e sem exceções, de seus interesses, não importando as conseqüências que causem aos outros. Assim, defendo que a corporação é uma