A Poluição do Ar e os Efeitos Sobre a Saúde De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a poluição atmosférica urbana é responsável por cerca de 1,3 milhões de mortes por ano no mundo. No Brasil, estima-se que mais de 600 mortes por causas respiratórias entre idosos ocorram anualmente como consequência direta da poluição atmosférica. Há uma relação diretamente proporcional e dose-dependente entre este tipo de poluição e a saúde cardiorrespiratória da população, cuja exposição está mais relacionada a políticas públicas nacionais e internacionais do que por características individuais. Desde 1987, a OMS tem emitido diretrizes relacionadas ao controle da poluição urbana, com atualizações periódicas à medida que o conhecimento científico cresce nesta área. De acordo com a atualização mais recente em 2005, existem quatro poluentes atmosféricos de relevância para a saúde que devem ser monitorizados: material particulado (PM), ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2) e dióxido de enxofre (SO2) (25). O ozônio naturalmente presente na estratosfera previne que a radiação ultravioleta (UV) de alta energia proveniente do sol penetre na atmosfera, o que poderia ameaçar a existência de uma variedade de seres vivos. Porém, o ozônio formado ao nível terrestre resulta da reação da radiação UV com óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos liberados por veículos automotores e por diversas fontes industriais. Este tipo de reação ocorre com mais facilidade durante dias quentes e ensolarados, justamente pela maior concentração de radiação UV. Da mesma forma, o pico atmosférico diário em ambientes urbanos ocorre entre o final da manhã e final da tarde. Os efeitos nocivos sobre a saúde são mais relevantes no sistema respiratório, desencadeando exacerbações de quadros de asma brônquica e até mesmo provocando doenças pulmonares diretamente. O NO2 é o componente mais estudado do grupo dos óxidos de nitrogênio, justamente por possuir propriedades poluidoras e