Trabalhos
A argumentação tem e sempre teve, embora não nos apercebamos, uma enorme importância no nosso dia-a-dia. Somos muitas vezes obrigados, pelas circunstâncias, a apresentar as nossas razões, as justificações dos nossos comportamentos, das nossas acções e das nossas tomadas de posição. Há também situações nas quais não precisamos de argumentar ou até em que seria uma pura perda de tempo. Imaginemos, por exemplo, que pretendemos fazer ver a alguém que hoje neste preciso momento o tempo está chuvoso, quando uma simples observação mostra que está um sol avassalador, seria portanto inútil uma argumentação nesta situação, ou que pretendemos provar a alguém que um quadrado é uma figura geométrica de 5 lados. Nestas duas situações não há argumentação séria possível, a argumentação não consegue, nestes casos, ser mais credível que uma observação directa dos factos.
O mesmo, já não acontece noutras situações. E são essas que verdadeiramente importam à Filosofia enquanto exercício de argumentação. No caso dos exemplos anteriores, a situação tem resposta directa facilmente comprovada. Mas, quando se trata de argumentar relativamente às grandes questões que preocupam os seres humanos, a situação é diferente, uma vez que elas, na maior parte dos casos, recebem respostas possíveis, razoáveis, mas sempre discutíveis. Questões do tipo: ‘Devemos ou não permitir a clonagem de seres humanos?’, ‘Devemos ou não autorizar o aborto?’, ‘Devemos aceitar que pensem que existem raças superiores e raças inferiores?’ São, entre outras, questões relativamente às quais podemos apresentar um razoável conjunto de argumentos, a favor ou contra, uma vez que se trata de questões relativamente às quais ninguém pode ter certezas absolutas.
No Filme