trabalhos
A divisão do trabalho é resultado do longo processo de desenvolvimento da humanidade, quer dizer, ela surge e se desenvolve conforme as circunstâncias históricas. Nos primórdios da humanidade, quando os homens ainda eram nômades, o trabalho não se fazia necessário, pois a natureza lhes oferecia os produtos de que necessitavam para sobreviver. Mesmo quando se tornaram sedentários, os homens ainda não haviam conhecido a divisão do trabalho, pois as atividades econômicas necessárias para garantir a sobrevivência da tribo eram, indistintamente, executadas por todos. Na verdade, a primeira divisão do trabalho ocorreu, não entre os indivíduos, mas entre os grupos sociais no momento em que, deixando de ser nômades, os homens tornaram-se sedentários.
Conforme Engels (1984), a primeira grande divisão do trabalho ocorreu quando, na vida cotidiana, as tribos nômades perceberam que as sementes poderiam ser cultivadas e que certos animais poderiam ser domesticados, as tribos que se dedicaram ao plantio se especializaram na agricultura e as tribos que se dedicaram à criação de animais se tornaram pastoras. A segunda grande divisão social do trabalho ocorreu com o surgimento da atividade artesanal. À medida que os homens descobriam as ferramentas para produzir os produtos de que necessitavam para sobreviver, eles se tornaram proprietários de suas ferramentas e ao mesmo tempo, criavam com essas ferramentas, novas necessidades a serem satisfeitas e, junto com essas novas necessidades, surgiam novos artesãos oficiais, isto é, trabalhadores que produziam um determinado produto do começo ao fim, sem nenhuma divisão das tarefas.
A divisão do trabalho que, até então, fora um processo espontâneo de organização das atividades econômicas que nasciam no seio de desenvolvimento das sociedades, com o advento do comércio e da indústria, haveria de transformar-se em uma técnica de produção e uma técnica de dominação deliberadamente utilizada para a ampliação da