Trabalhos
Fala-se muito de liderança e de líderes. Abordam-se e distinguem-se os estilos de liderança, quais os melhores contextos e características de cada estilo. O que proporciona um bom ambiente, o que é considerado um obstáculo, as questões da liderança ser natural ou podermos a treinar.
Do que se fala e escreve pouco é sobre a capacidade de sermos liderados e aprendermos a ser liderados. De aceitarmos que alguém nos lidere e nos deixe 'guiar' por poucos ou muitos momentos durante desafios profissionais e não só. Da confiança e sintonia que precisamos de sentir por alguém a quem chamamos chefe, líder, etc.
A criação da identidade num grupo, equipa ou organização tem diversas etapas, entre elas a da contra-dependência em que 'lutamos' pela conquista de um espaço com maior ou menor notoriedade ou visibilidade, mas que vá ao encontro do que consideramos ser o 'nosso' espaço. Também estas competências de definir o seu espaço e perceber que tipo de 'jogador' seremos na nossa equipa devia ser alvo de formação.
Não basta apostar na formação para todos sermos líderes. É preciso que os 'não líderes' nas equipas ou organizações - em larga maioria - assumam, aprendam e consintam o ser liderado. Não interessam os investimentos em liderança se não se investir também nos valores de uma equipa ou organização em aceitar saber ser liderado.
Também aqui é necessário que uma visão e missão global se superiorizem aos desejos e objectivos individuais, numa soma total que perfaz um grupo, equipa ou organização.
Em grupos onde todos querem ser líderes ou sejam constituídos por elementos que não aceitem ser liderados por outros, dificilmente a fase do 'forming' é ultrapassada com sucesso. Sabermos como se lidera não é o mesmo que descobrir o que interessa a um liderado. Existe uma decalage que pode atingir proporções elevadas e destruir qualquer visão ou missão que não atinja o compromisso do total ou a grande maioria dos elementos e partes