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A Organização do Pão: Um Estudo dos Controles em uma Empresa Familiar
Autoria: Amanda Lobato Gonçalves de Sousa, Gustavo Henrique de Oliveira Amaral

RESUMO
O artigo tem como objetivo estudar as práticas de controle em uma organização familiar do ramo da panificação que tem atuação destacada em seu nicho de mercado. Trata-se de um estudo de caso, cujas técnicas de pesquisa foram a realização de entrevistas semiestruturadas e da observação não- sistemática dos processos de controle da panificadora.
Em seguida, discutem-se as formas de controle objetivos e subjetivos em uma organização familiar, que segundo as bases teóricas, deveria primar por criatividade, confiança, delegação de tarefas, inovação e liberdade. Os principais resultados sugerem uma busca por maior profissionalização da organização familiar estudada que favorece a existência de uma estrutura gerencial mais rígida baseada em tais controles. E como conseqüência há trabalhadores mais alienados e menos autônomos.
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho originou-se de questionamentos acerca do uso dos controles no começo do século XXI. Apesar dos discursos atuais que propõem a criatividade, a participação e a autonomia, os autores acreditam que ainda persiste, na prática, os ideais tayloristas-fordistas na organização das empresas privadas. A partir deste questionamento, realizou-se uma pesquisa em uma organização familiar, mais precisamente em uma padaria com grande representatividade em tal ramo.
A construção do referencial teórico se baseou nas visões de controle propostas por
Foucault e pela Organização Científica do Trabalho (OCT). A escolha empírica de uma organização familiar se deve ao fato de esta ser, de acordo com Davel & Colbari (2000), estruturada de forma menos rígida, na qual condições mais humanas deveriam predominar nas relações de trabalho. Conseqüentemente, os controles objetivos e subjetivos deveriam ser menos incisivos e atitudes como inovar, criar e participar poderiam