Trabalhos, lutas e movimentos sociais
Introdução
Quando a agente pensa a questão do trabalho no Brasil, não podemos esquecer que ele está ligado ao envolvimento do país na trama internacional, desde que os portugueses chegaram por aqui no século XVI. A descoberta do Brasil ocorreu por causa da expansão europeia e pelo desenvolvimento mercantilista. A produção agrícola para a exportação e a presença da escravidão no Brasil também estão vinculados à vinda dos europeus.
No final do século XIX, com a abolição da escravidão, encerrou-se um período de mais de 350 anos de predomínio do trabalho escravo. Só convivemos com a liberdade formal de trabalho há pouco mais de cem anos. Esse passado de escravidão continua pesando.
Nas primeiras décadas após a escravidão, os proprietários de terras procuraram trazer imigrantes para trabalhar em suas terras. Essa importação de colonos era feita com a ajuda do governo das províncias, que arcava com os custos da importação e ainda subvencionava as empresas agenciadoras de mão de obra estrangeira. O sistema então adotado ficou conhecido como colonato, pois as famílias que aqui chegavam, assinavam um contrato com os seguintes termos: o fazendeiro adiantava uma quantia necessária ao transporte e aos gastos iniciais de instalação e sobrevivência dos colonos e de sua família. Estes, por sua vez, deviam plantar e cuidar de um determinado número de pés de café. No final da colheita, seria feita uma divisão com os proprietários. Os colonos eram obrigados a pagar juros sobre o adiantamento e não podiam sair da fazendo enquanto não pagassem sua dívida, o que demorava muito. Assim se criava, o que na época era chamado de "parceria do endividamento", porque o colono não conseguia pagar o que devia ao fazendeiro, fazendo passar essa dívida de pai para filho.
A partir do século XX, os trabalhadores urbanos passaram a reivindicar melhores condições de trabalho, diminuição da