TRABALHOS FEITOS
Depois de Jade Barbosa disparar contra a Confederação Brasileira de Ginástica revelando ter sofrido com negligência médica e maus tratos, outras ginastas decidiram revelar o que passaram durante o período em que estiveram no centro de treinamento de Curitiba. Segundo apurou a reportagem do UOL Esporte, as atletas também tiveram problemas com a direção e o departamento médico da entidade, que teriam escondido lesões e prejudicado suas carreiras.
É o caso de Maíra dos Santos Silva, atualmente com 17 anos, e que integrou a base da equipe nacional entre os anos de 2005 e 2006. Maíra abandonou a seleção após ter sido informada pelo diretor do departamento médico da CBG, Mário Namba, de que teria de fazer uma cirurgia no ombro porque estava com todos os ligamentos e tendões rompidos. Segundo ela, porém, a lesão ocorreu porque a entidade foi omissa em relação ao tratamento e chegou a mentir sobre a gravidade de seu caso.
"Sempre reclamava de dores para a comissão técnica e para o Namba. Eles apenas me davam um antiinflamatório e diziam que era frescura minha. Fiz vários exames e eles sempre disseram que as dores eram decorrentes de uma luxação, coisa simples. Até que um dia eu não agüentei mais competir e disseram, de repente, que eu tinha que operar", contou.
Maíra diz ter se machucado em uma queda durante uma série de treinos na paralela em fevereiro de 2006. Segundo ela, o departamento médico da CBG atestou que a ginasta tinha sofrido apenas um deslocamento do ombro e uma luxação e não permitiu que Maíra visse os exames. A atleta só foi operar o ombro em agosto, quando não agüentava mais treinar e competir. Pouco depois, quando decidiu deixar a equipe, descobriu que teria sido enganada.
"Eu fiz uma ressonância quando caí, mas não tive acesso a esse exame. Só quando saí da seleção e pedi todos os papéis foi que eles me deram o exame feito depois da queda. Foi só então que pude perceber que, já em 2006,