Trabalhos faculdade
Neste tempos em que a crítica feminista e a análise teórica de gêneros se fortalecem, é inevitável ver Billy Elliot também como uma obra sexualmente libertária. Billy é um garoto heterossexual (ao contrário de seu melhor amigo, gay assumido), mas isso não o impede de ter várias qualidades femininas e desgostar de certas coisas típicas do universo masculino. A ausência da mãe, que poderia protegê-lo e servir-lhe de espelho, agrava a situação. Em seu lugar, aparece uma professora de balé, também infeliz na vida familiar, que consegue reconhecer em Billy o talento e a vocação para a dança. Entretanto, ela não é a mãe. E Billy não está disposto a destruir sua relação com o pai e o irmão.Só há uma coisa em Billy Elliot que, definitivamente, não está em seu lugar: a tradução das legendas. Que fiasco! Há inúmeros palavrões, principalmente "fuck of", que viraram "não enche". Imagine alguém levando um cacetete na cabeça e gritando "não enche" para o policial... Mas isso até já virou padrão nessas terras de falso moralismo e puritanismo de fachada. A pior mancada de todas, contudo, é quando a situação do marido da professora de balé é definida como "ele se tornou redundante". O cara foi despedido, está desempregado! Tem que baixar o cacete na cabeça do tradutor. Fuck of!
Talvez, os próprios créditos iniciais, maravilhosos, que mostram Billy pulando em câmara lenta, parecem sugerir um filme sobre a dança. A "story-line", poderosa em sua simplicidade, também não poderia ser outra: "garoto quer trocar box por balé". Mas será que a obra de Daldry é mesmo sobre a dança? Creio que não. A dança é parte importante do filme, assim como a música (e que bela trilha, abusando de T.Rex e com uma