Trabalhos certos
Os primeiros produtos de ferro produzidos no Brasil datam de 1587, iniciando um ciclo que seria a base do crescimento industrial do País
Quando em 1554 o padre jesuíta José de Anchieta comunica a seus superiores e ao rei de Portugal a existência de depósitos de minérios de ferro no interior da capitania de São Vicente (São Paulo), começa a ser escrita à história da siderurgia brasileira. A primeira iniciativa concreta foi em 1556, quando outro padre jesuíta, Mateus Nogueira, montou uma forja para produzir para a comunidade, anzóis, facas, cunhas, pás e outros complementos, considerados os primeiros artigos de ferro feitos no Brasil.
Ainda assim, 1587 é a data aceita pelos historiadores como a do nascimento da siderurgia brasileira. Naquele ano, em São Vicente, próximo à atual cidade de Sorocaba, Afonso Sardinha construiu duas forjas catalãs, de onde saíram para comercialização os primeiros produtos de ferro feitos no Brasil. Sardinha foi encorajado e parcialmente subsidiado pelo governador geral da capitania, Francisco de Souza. Esse impulso inicial do setor não se manteve por muito tempo com a intensidade que seria desejada.
Com a morte de Sardinha, o interesse pela fundição de ferro decaiu. Até o século seguinte pouco se fez para incrementar esta industria nascente. A produção de ferro continuou em pequena escala, com a construção de várias forjas catalãs no Estado de São Paulo e em Minas Gerais, durante o fim do século XVI e ao longo do século XVII. Entre 1700 e 1756, nas missões jesuítas, em Redução de São João Batista, hoje município de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, fundadas pelo padre austríaco Antonio Sepp, fabricaram-se cravos, ferraduras e utensílios em uma forja catalã. O padre Sepp é considerado, por isso, o pioneiro da siderurgia no Rio Grande do Sul.
A descoberta de ouro no Estado de Minas Gerais, em meados do século XVIII, levou um considerável número de administradores brasileiros a solicitar de