Trabalho
Autora:Sabrina Mazo D’Affonseca
O campo de estudos das dificuldades de aprendizagem é uma de pesquisa vasta, entretanto, dentre os transtornos de aprendizagem existentes (dislalia, discalculia, disgrafia, disfasias, memória, transtorno de défcit de atenção e hiperatividade entre outras) gostaríamos de destacar a dislexia, dada sua singularidade e importância de seu conhecimento para a aplicação de ações eficazes para auxiliar na avaliação e tratamento de pessoas disléxicas.
1.1. Definição
A palavra dislexia é derivada do grego "dis" (dificuldade) e "lexia" (linguagem), sendo definida como uma falta de habilidade na linguagem que se reflete na leitura (Associação Nacional de Dislexia, 2005; Ianhez, 2002). Entretanto, ela não é causada por uma baixa de inteligência. O que ocorre é uma lacuna inesperada entre a habilidade de aprendizagem e o sucesso escolar, sendo que o problema não é comportamental, psicológico, de motivação ou social (Associação Nacional de Dislexia, 2005).
Ou seja, a dislexia não é uma doença, é um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem. De fato, pesquisas atuais, obtidas através de exames por imagens do cérebro, sugerem que os disléxicos processam as informações de um modo diferente, tornando-as pessoas únicas; cada uma com suas características, habilidades e inabilidades próprias (Associação Nacional de Dislexia, 2005).
A dislexia torna-se evidente na época da alfabetização, embora alguns sintomas já estejam presentes em fases anteriores. Apesar de instrução convencional, adequada inteligência e oportunidade sóciocultural e sem distúrbios cognitivos fundamentais, a criança falha no processo da aquisição da linguagem. Isto é, ela independe de causas intelectuais, emocionais ou culturais. Ela é hereditária e a incidência é maior em meninos, numa proporção de 3/1, sendo que a ocorrência é de cerca de 10% da população Mundial (Nicco, 2005), embora freqüências altas de 20% a 30% tenham sido