Trabalho
E todavia não o era!...
Com efeito não havia nem há rua mais opulenta de aromas, de perfumes, de ótimo cheiro; mas tudo isso encerrado em vidrinhos, em frascos e em pequenas caixas a Rua do Ouvidor tão inodora como as outras.
Naquele tempo, porém, isto é, nos tempos do Demarais, e ainda depois, a Rua do Ouvidor, de fácil e reta comunicação com a praia, era uma das mais frequentadas pelos condutores dos repugnantes barris.
A esses barris asquerosos o povo deu a denominação geralmente adotada de - tigres - pelo medo explicável que todos fugiam deles.
Esse ruim costume do passado me traz à memória informação falsa e ridícula que li.
A informação é a seguinte:
Um francês (viajante charlatão) passou pela cidade do Rio de Janeiro, ouviu dos patrícios da Rua do Ouvidor queixas dos incômodos tigres que frequentes passavam ali de noite. o viajante tomou nota do ato, e poucos anos depois publicou, no seu livro de viagens, esta famosa notícia:
"Na cidade do Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, os trigraves, vagam, durante a noite, pelas ruas, etc., etc.!!!"
E é assim que escreve a história!
O caso que observei foi desastroso...
O inglês de chapéu de patente, casaca preta e gravata branca subia pela Rua do Ouvidor, quando encontrou um negro que descia, levando à cabeça um tigre para despejá-lo no mar.
O pobre africano recuou um passo, mas o inglês que não sabia recuar avançou outro; o condutor do tigre encostou-se à parede, e o inglês supondo-se desconsiderado por um negro pronunciou a ameaçadora palavra goodemi, e sem mais tir-te nem guar-te honrou com um soco britânico a face do africano, que perdendo o equilíbrio, deixou cair o tigre de boca para baixo.
O Tigre ou o barril abismou em seu bojo o chapéu e a cabeça e inundou com o seu conteúdo a casaca preta, o colete e as calças do inglês
O negro