Trabalho
Paulo Freire trouxe a esperança - mais precisamente a Pedagogia da Esperança - de um mundo melhor, idealizado na maneira como encarava a Educação do povo. Sua contribuição como educador ultrapassou a barreira do ABC aprendido nas cartilhas e transformou a educação, encarada por ele como obrigação política do Estado, em ato de inserção social igualando classes, raças, sexos e idades.
Nascido Paulo Reglus Neves Freire, em 19 de setembro de 1921, o caçula de quatro irmãos, desde cedo manifestou uma tendência a tornar as palavras objeto especial. Foi alfabetizado por seus pais e aprendeu as primeiras palavras escrevendo com gravetos no chão do quintal de sua casa em Recife/PE. A família mudou-se para Jabotão - 18 quilômetros distante de Recife. Perdeu o pai com 13 anos e sofreu duplamente vendo a responsabilidade da mãe para sustentar quatro filhos e a si mesma. As dificuldades fizeram o amor e afeto aumentarem na família e o fez crescer e amadurecer rapidamente.
O aprendizado que se seguiu foi o da tolerância e do limite, mas a cidade de Jabotão contribuiu muito para que ele não deixasse a fase se transformar em uma época pesada - na cidade aprendeu a ser menino e moleque harmonizando as forças. E mais importante: aprendeu e tomou gosto, nessa época, pelos estudos das sintaxes populares e língua portuguesa.
Desde a primeira professora, D. Eunice, aprendeu a não decorar regras o que o fez estudar com muito mais prazer. Fez os cursos fundamental e pré-jurídico no Colégio Oswaldo Cruz, em Recife/PE, e ingressou aos 22 anos na Faculdade de Direito de Recife. Em 1944, aos 23 anos casou-se com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira com quem teve cinco filhos. Nessa época começou a lecionar Língua Portuguesa no Colégio Oswaldo Cruz. Mais tarde, ocupou os cargos de diretor e superintendente do setor de Educação e Cultura do Sesi, órgão recém-criado pela Confederação Nacional da Indústria, onde iniciou o contato com a