A HISTRIA DA CANJICA Desde menina eu costumava comer canjica nas noites frias, no aconchego da cozinha de fogo a lenha, onde a nossa famlia se reunia e os pratos de canjica eram servidos, quentes, saborosos. Era canjica com acar, canjica com leite, e a minha preferida era canjica com vinho. Enquanto ao redor da mesa e do fogo comamos, minha me passava as roupas da casa e contava os acontecimentos do dia e causos de antigamente, que ns ouvamos extasiados. Muitos anos depois, j casada, com dois filhos, morando em outra cidade, lembrava-me seguidamente da canjica que parecia uma coisa que tinha ficado no passado, como os meus sonhos de adolescente, at que um dia ao voltar tardinha do Grupo Escolar onde trabalhava como professora primria, passei pela casa da minha sogra , que era ao lado da minha, e senti o cheiro inconfundvel de canjica. Canjica Perguntei incrdula a mim mesma . Entrei na cozinha e levantei a tampa da panela para certificar-me, quando Dona Julia falou - Estou acabando de cozinhar. - Faz anos que eu no como canjica. - Venha mais tarde. Em pouco tempo estar cozida e pronta para servir. Fui at minha casa, dei banho nos meninos e esperei meu marido chegar do trabalho, ansiosa para contar-lhe que iramos noite comer canjica na casa dos seus pais. Quando ele chegou no pareceu muito entusiasmado com a notcia e at estranhou a minha expectativa. - Toda essa alegria por causa de uns gros de milho - Vamos l sim. Tua me est nos esperando. e dizia para as crianas - Vocs vo comer uma comida muito gostosa que a vov fazia, vo adorar Depois da janta, como combinado, fomos at a casa dos meus sogros. O cheiro da canjica enchia a casa de odores. Sentamos ao redor da mesa, conversando alegremente, enquanto os pratos fumegantes eram servidos, mas fiquei decepcionada quando as crianas experimentaram e no