Trabalho
Nessa letra percebemos a forte presença do positivismo, a idéia de um novo mundo com novos pensamentos e ideologias. Começando pela primeira estrofe “Não quero lhe falar, meu grande amor/ Das coisas que aprendi nos discos/ Quero lhe contar como eu vivi/ E tudo o que aconteceu comigo...” podemos ver que a vanguarda vai sendo deixada de lado ao ser dito que as experiências de frases feitas de discos não valem de nada; o que conta mesmo são as experiências vividas, isso é o que faz uma pessoa evoluir mentalmente. Juntamos essa estrofe com a passagem “Mas também sei que qualquer canto/ É menor do que a vida de qualquer pessoa/ Por isso cuidado, meu bem, há perigo na esquina/ Eles venceram e o sinal está fechado pra nós/ Que somos jovens..”, citando o estado perigoso em que se encontrava o futuro do mundo, os grandes transformadores das gerações futuras, nesse caso aí sendo os jovens. Essa parte diz que “qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa”, uma referência (ou não) à censura do AI-5, que fez o sinal estar fechado para os jovens pela falta de liberdade de expressão, fazendo com que a juventude da época caísse no comodismo forçado pelos militares conservadores. Mas como sempre há aquele que enxerga uma luz no fim do túnel, o autor diz “Você me pergunta pela minha paixão/ Digo que estou encantado como uma nova invenção/ Eu vou ficar nessa cidade, não vou voltar pro sertão/ Pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação/ Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração...”, dando ênfase a um futuro positivo esperado pelos indivíduos da época, principalmente os jovens. Aliás, os estudantes sempre estiveram presentes nos anos de ditadura. A UNE foi um braço forte indo de encontro aos ideais ditatoriais da época.
“Já faz tempo eu vi você na rua/ Cabelo ao vento, gente jovem reunida/ Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais/ Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos/ Ainda somos os mesmo e