Trabalho
Carlos Benedito Martins
Gláucia Villas Boas
Maria Ligia de Oliveira Barbosa
Yvonne Maggie
Introdução
A constituição do campo disciplinar das ciências sociais na sociedade brasileira tem merecido a atenção de vários estudiosos inseridos nesse espaço acadêmico-profissional. De modo geral, pode-se afirmar que existe um acervo de trabalhos desenvolvidos, a partir de variadas orientações teórico-metodológicas, que permitem traçar a trajetória e a institucionalização das ciências sociais no país.1 Em termos de produção mais recente sobre a constituição das ciências sociais no país, cumpre destacar a obra História das
Ciências Sociais no Brasil, coordenada por
Sergio Miceli, que compôs uma equipe de pesquisadores integrada por sociólogos, an tropólogos e cientistas políticos visando a retraçar a formação desse campo disciplinar.
Dessa forma, não faz muito sentido nesta pequena introdução esboçar um escorço his tórico do surgimento e desenvolvimento das ciências sociais na sociedade brasileira.
No entanto, seria oportuno registrar que um número considerável desses trabalhos concentrou a sua atenção entre as décadas de
1940, 1950 e início dos anos de 1960, dei
xando, portanto, de enfocar a formação e ex pansão dos cursos de nível de pós-graduação na área das ciências sociais que, sem dúvida, constitui um outro capítulo fundamental no seu processo de institucionalização.
Inicialmente valeria a pena assinalar que a pós-graduação na área de sociologia iniciou-se no final dos anos de 1960, com a criação do curso de mestrado na Universida de Federal de Pernambuco (UFPe). Em
1980 já existiam quinze cursos na área, dos quais treze eram de nível de mestrado e ape nas dois Programas, o da USP e o do IUPERJ, ofereciam formação em nível de dou torado. Na década de 1990 ocorre uma for te expansão dos cursos de pós-graduação nessa área do conhecimento. São criados doze novos mestrados em