Boris Fausto inicia seu documentário explicando o pioneirismo português na expansão marítima, que de acordo com ele seria consequência deuma série de fatores: em primeiro lugar, por ser uma monarquia centralizada, possuía recursos suficientes para o investimento na busca de novas terras; Portugal também teria aprendido com osgenoveses, técnicas de navegação e por fim sua posição geográfica facilitava o deslocamento no Atlântico. Com um “espírito aventureiro”, os portugueses saíram a buscar benefícios materiais, como ouro eespeciarias. Foi na terra do sul da América, ocupada por indígenas, que encontraram uma forma de lucrar com o comércio com as Índias. No princípio eles se limitavam a ocupar o litoral nordestino e como játinham experiência com as colônias da costa africana, concentraram-se na produção de açúcar. Para isso precisavam de força de trabalho e mão de obra excessiva, trabalho que seu povo não queriaexercer. Portanto, a alternativa encontrada por eles, foi a exploração dos indígenas que aqui viviam. Os relacionamentos entre indígenas e portugueses eram trágicos: índios eram expulsos de suas terras,escravizados sob condições sub-humanas onde milhares deles morriam até mesmo com doenças trazidas de Portugal. Outra forma de escravidão na colônia portuguesa foi a do povo africano, trazido de váriaspartes da África. Os escravos negros eram lucrativos principalmente em seu comércio, ou seja, o tráfico deles superava os lucros obtidos através de sua mão de obra. Muitas foram as formas deresistência à escravidão da população africana, porém, as inúmeras dificuldades se davam a partir da extensão do país e da diversidade dos grupos existentes. A forma mais conhecida era a fuga para osQuilombos.Foi através dos chamados Bandeirantes, que ocorreram os avanços no interior do Brasil, e o povo brasileiro foi assim formado através da miscigenação de raças.