Trabalho

Resenha do texto - Evidências de “Doença Holandesa”? Uma análise da experiência recente no Brasil - de Iglesias e Rios, do livro Novos Dilemas da Politica Econômica.

Houve uma desaceleração do quantum exportado brasileiro logo após seu período de ápice nos anos 2003 e 2004. A apreciação cambial é muitas vezes usada para explicar essa situação, entretanto esse fraco desempenho recente das exportações (principalmente de manufaturados) não é culpa exclusivamente da valorização cambial. Uma das explicações mais plausíveis para essa queda das exportações brasileiras associa-se ao rápido crescimento da absorção doméstica. Essa absorção doméstica, aliada ao protecionismo existente na indústria nacional, garantem boas margens de retorno no mercado brasileiro, oferecendo elevada rentabilidade para as empresas exportadoras. Desse modo, aumentará o desejo de vendas para o mercado doméstico.
Os anos áureos das exportações brasileiras (2003 e 2004) resultaram de uma combinação favorável de fatores, tal como a elevada taxa de câmbio real do período, elevado crescimento do comercio mundial e baixa absorção doméstica. Já o período de baixa das exportações, entre os anos de 2006 e 2007, também apresentou um certo “paradoxo cambial”, em que a valorização do câmbio nem sempre quer dizer que as exportações vão diminuir, assim como a desvalorização também não cravará um aumento da exportações. Existem outros fatores que são determinantes para o crescimento ou queda das exportações. Como dito no paragrafo anterior, a expansão da absorção doméstica é um desses fatores, uma vez que seu aumento diminui a capacidade ociosa da economia e a possibilidade de atender os mercados domésticos e externos simultaneamente. O nível de crescimento dos outros países também é fator importante para a determinação do quantum exportado.
Existem outras hipóteses que demonstram esse “paradoxo cambial”, uma das mais famosas e interessantes é o modelo de histereses nas transações comerciais