trabalho
O filme trata de como esses personagens tão alienados em suas convicções religiosas conseguem enxergar, ou melhor, visionar um novo formato de modus vivendi, sem necessariamente estar atrelado ao que a Igreja considera correto.
O encanto da Festa de Babette está exatamente nessa quebra de conceitos, nesse abrir de mentalidade. Durante o jantar, em um determinado momento, os personagens abandonam suas rixas, seus problemas e sua conduta religiosa para simplesmente saborear o bem comer, o trocar ideias, o experimentar.
Obtemos então, um filme que expõe (através do pecado da gula) uma visão dogmatizadora, dominadora e punitiva vinda por parte da Igreja, a qual utiliza de sua doutrina para “controlar” segmentos sociais e a redenção dos personagens que conseguem enfrentar o medo já arraigado em seu imaginário e vivenciam um momento único de compartilhamento, em que o alimento se torna a comida que alimenta o corpo e o espírito.
A Festa de Babette é sem dúvida um clássico, bem produzido, com um roteiro impecável que faz-nos questionar como devemos medir nossa fé pelo bem viver.
“Não há pecado afora a estupidez” (Oscar Wilde)
REFERÊNCIAS:
AXEL, Gabriel. A festa de Babette. Produção: Just Betzer Bo Christensen. Dinamarca. Cor. 120m. 1987.
QUELLIER, Florent. Gula: A história de um pecado capital. São Paulo: Editora Senac. 2011. 224p.
PREMIAÇÕES:
Oscar 1988 (EUA)
Venceu na categoria de melhor filme estrangeiro. BAFTA 1989 (Reino Unido)
Venceu na categoria de melhor filme em língua não inglesa.
Indicado nas categorias de melhor atriz (Stéphane Audran), melhor fotografia, melhor