trabalho
É constituída por três peças: Auto da Barca do Inferno (1527), Auto da Barca do Purgatório (1518) e do auto da barca da Glória (1519), de estrutura e assunto semelhantes: depois da morte as almas abandonam os corpos e chegam a um rio, onde se encontram dois barcos. Um deles tem como destino o Paraíso, e tem como comandante um Anjo; a outra barca dirige-se para o Inferno e para o Purgatório, e é liderada pelo Diabo.
A estrutura destas peças é muito rudimentar: sucessão de quadros em que as personagens dialogam com o Anjo e com o Diabo até ser dado a conhecer o seu destino: Inferno, o Purgatório ou o Céu. Claro, que este destino depende dos actos cometidos em vida na Terra., vida essa que nos é transmitida através dos discursos das personagens. O Diabo e o Anjo têm o papel de acusadores e a personagem de réu e de advogado de defesa simultaneamente.
As personagens são variadas: na Barca do Inferno são quinze, de diferentes estratos sociais; no Auto do Purgatório (onde já há uma maior uniformação social) são seis personagens de condição humilde. Finalmente na Auto da Barca da Glória são oito personagens, todas de alto estrato social.
A intenção de criticar a sua sociedade é nítida, principalmente nas duas primeiras Barcas. Na Barca da Glória, apesar de haver uma forte componente satítica (denúncia dos excessos e crimes das altas hierarquias, tanto religiosa como civil), a intenção parece ser outra: recuperacão das instituições fundamentais.
Concluindo, os Autos das Barcas são uma fotografia crítica da sociedade do século