Trabalho
Capítulo V – Extensão da experiência negativa
Examinar a experiência da negatividade em toda sua extensão e da maneira mais concreta possível. Experiência negativa pode se processar de duas posturas básicas:
O indivíduo se entrega a um comportamento passivo – limitando-se a assistir o que lhe acontece.
O indivíduo consente a um comportamento ativo, fazendo da negação o objeto de sua conquista.
Em ambos os casos, tal comportamento pode ser intelectual ou existencial.
Análise das quatro posturas:
Experiência negativa – passividade intelectual: consciência da própria ignorância. Não conhecer a realidade, viver de uma realidade que lhe permanece alheia, estranha. Quando o homem cria a consciência deste estranho da realidade, rompe-se com sua postura dogmática, provocando uma experiência de separação, isolamento. O homem não sabe, ou sabe apenas que é ignorante. Exemplo: o operário com um instrumento de trabalho a segurança do seu agir, num automatismo, que é quebrada quando o instrumento falha; o operário passa de um estado de ignorância à consciência da ignorância duas posturas: pegar outro instrumento e continuar da maneira usual, ou tentar vencer o segredo.
Na experiência de ignorância o homem se descobre fundamentalmente passivo:, no sentido de que a sofre, podendo ou não reagir contra ela.
Experiência negativa – intelectual ativa: é a dúvida.
Grau máximo, exacerbação do processo: ceticismo (Górgias). Se na experiência de ignorância o mundo se torna estranho e enigmático, aqui ele simplesmente perde o sentido.
Nada é; se alguma coisa é, é incognoscível para o homem; mesmo na hipótese de que alguma coisa seja cognoscível, é incomunicável aos outros.
Dúvida metódica (Descartes) (não niilista): um homem que vive num mundo fundamentalmente dogmático, desde sempre constituído; a tarefa consiste em instruí-lo em um sentido radical. O que propõem é acordar o