trabalho
Dalinha Catunda
Espalham que santo Antônio
É Santo casamenteiro
Já fiz promessa pro Santo
No cofre botei dinheiro
E para minha desgraça
Em mim ninguém acha graça
Tá difícil um companheiro.
Dos braços de Santo Antônio
Eu já roubei o menino
Achando que a simpatia
Mudaria meu destino
Porém prossigo solteira
Não gosto da brincadeira
Que me deixa em desatino.
Botei água numa jarra
E mais uma vez tentei
De cabeça para baixo
O santinho mergulhei
Nem mesmo fazendo assim
O santo lembrou de mim
Desesperada chorei.
Solteirona eu não fico
Alguém vai me socorrer
Ao candomblé ou umbanda
Inda posso recorrer
Ou então eu viro crente
E o santo fique ciente
Solteira não vou morrer!
OS QUATRO CORNOS
Ismael Gaião
“Quatro cornos sentados numa praça
Lamentavam por ter desilusões
O primeiro lembrando das traições:
"Eu me vingo das pontas na cachaça".
O segundo chorava da desgraça
E dizia: "não perco as ilusões.
Se a mulher preferiu ter Ricardões
Isso é fase, mas sei que logo passa".
O terceiro chifrudo, o mais matreiro:
"O que importa é a mulher trazer dinheiro.
Pra o que falam de mim, nunca liguei".
Já o quarto cornão foi taxativo:
"Quando a minha me trai sou vingativo.
Eu arranjo outro bofe e viro gay.”
ARIANO, NOBEL DE LITERATURA
Otacílio Pires
O Cabra Mestre Ariano,
Grande figura impoluta!
A ideia, ninguém refuta,
Pois é um literata decano.
Merece o premio do ano:
O Nobel da literatura.
Pois muito fez pela cultura,
Do povo do meu nordeste.
Este cabra bom da peste,
Merece a candidatura!
No Movimento Armorial,
Ele quem deu fomento.
Com respeito e sentimento,
A cultura tradicional.
Fez dela um ideal,
Caboclo que tem postura!
Nordestino com bravura,
Que aqui ninguém conteste!
Este cabra bom da peste,
Merece a candidatura!
Este cordel só foi feito
Pra pedir sua atenção
E mostrar a intenção
Pra Ariano ser eleito
E divulgar a respeito