trabalho
O autor vem tratar da incansável luta dos quilombolas e indígenas pelo reconhecimento jurídico de seus direitos e de seu lugar num país de desiguais, apresentando um estudo histórico que explica os fatos passados para compreendermos as conseqüências nos dias atuais.
A chegada dos colonizadores portugueses no solo brasileiro e a exploração de mão-de-obra escrava para com os nativos trouxeram profundos reflexos à formação da sociedade local e, segundo Hasenbalg, foi o ponto de partida para a constituição e desenvolvimento das classes sociais, trazendo como a principal consequência a desigualdade social.
O elevado grau de injustiça social defluiu do processo de desenvolvimento do país. As disparidades sociais são, portanto, frutos de uma conquista gananciosa, cuja finalidade era apenas adquirir lucros e vantagens à metrópole exploradora. A sociedade escravocrata foi responsável pelos altos índices de preconceito e discriminação racial.
O que espantou os colonizadores não foi a presença dos nativos, mas sim o seu modo de vida, costumes, as crenças e tradições. Os primeiros contatos realizados eram alicerçados em uma relação harmoniosa, havendo a troca de bens manufaturados por pau-brasil. Essa relação foi se transformando a partir do momento em que os europeus decidiram se instalar definitivamente no litoral brasileiro, adotando o lema: “sem lei, sem rei, sem fé”. A tentativa de implantação da cultura européia e o desejo de catequizar os índios instaurou um processo de colonização forçada que resultou na extinção por completo de inúmeras tribos, devido aos colonizadores trazerem consigo diversas doenças as quais o sistema imunológico dos nativos não estava preparado. Os indígenas ofereceram resistência por um longo tempo, porém foram vencidos, visto que as técnicas e instrumentos bélicos que possuíam eram precários em relação aos dos europeus. Não houve apenas uma redução populacional, mas